As assaduras, também chamadas de dermatite das fraldas são as erupções da pele que ocorrem na região que fica em contato com as fraldas. É mais frequentemente causada pelo contato com urina ou fezes e muito comum em crianças menores de dois anos de idade, grupo que mais usa fraldas. A assadura provoca uma sensação de queimação e muita coceira, além de vermelhidão na pele.
Em relação ás causas, pode ser de origem irritativa, ou seja, causadas por fatores que irritam a pele, como fezes e urina por um tempo prolongado. Quando o bebê evacua frequentemente, as chances dele desenvolver a assadura é maior porque as fezes são mais irritantes do que a urina. A mistura de fezes e urina faz com que o pH da região aumente e haja ativação de enzimas das fezes, chamadas lipases e proteases. Essas substâncias, quando ativadas, causam a irritação da pele e a deixam mais propensa á infecção por um fungo, denominado cândida, que pode aparecer nas fezes, principalmente em crianças com diarreia. Esse fungo penetra na pele, causa coceira, ulcerações na pele e ardor intenso, incomodando muito o bebê.
Pode haver também irritação por algum produto químico, como resíduos de sabonetes, lenços umedecidos, ou até mesmo pelos produtos de higiene da roupa, como amaciantes e sabões. Por outro lado, pode haver um agravamento de doenças já existentes, pelas fraldas, como a dermatite seborreica, psoríase e eczemas.
Mudanças na alimentação do bebê, como a introdução de alimentos sólidos, pode levar a alterações na composição das fezes ou em sua frequência, podendo desencadear a dermatite das fraldas. O atrito ou fricção da fralda ou da roupa com a pele, ou mesmo fraldas muito apertadas, podem deixar a pele mais sensível e mais propensa á dermatite das fraldas.
Doenças como a acrodermatite enteropática, que é causada por deficiência de zinco, pode ocorrer nesta área e pode ser diagnosticada por um dermatologista ou pediatra. Não há evidências científicas que comprovem que a alimentação da mãe, durante o período de amamentação, favoreça o aparecimento de assaduras. Bebês que amamentam correm menos risco de desenvolver o problema por causa da acidez reduzida em suas dietas. Todos os bebês que usam fraldas podem desenvolver o problema. O risco de ter a dermatite de fralda é maior entre três meses e um ano. Com as fraldas mais modernas, descartáveis, com géis superabsorventes, a incidência de dermatite das fraldas diminuiu muito.
Algumas estratégias simples ajudam a prevenir as assaduras, como: trocar fraldas frequentemente; lavar bumbum do bebê com água como parte do processo de troca de fraldas e secar com uma toalha, sem esfregar, não deixar as fraldas apertadas demais. Além disso, é bom deixar o bebê um tempo sem fraldas. Pomadas ou cremes contra assaduras são muito úteis para proteger a pele, como os que contém calêndula, óxido de zinco e petrolato, já o talco não tem muita utilidade neste caso.
A limpeza da região das fraldas deve ser feita preferencialmente com água corrente e sabonete neutro, sem deixar nenhum resíduo de sabão no final. Devem ser evitados tratamentos caseiros, e lenços umedecidos, que acabam deixando resíduos de sabão na pele, irritando-a. O tratamento é feito com cremes ou pomadas esteroides, não fluorados, por poucos dias, para que não ocorram efeitos colaterais, como infecções e estrias.
Em alguns casos, a assadura se complica com infecção por bactérias ou fungos. A área fica mais vermelha, coça mais, e o bebê fica mais irritado. Nestes casos, o dermatologista deve ser procurado e prescrever cremes antifúngicos ou antibióticos.
Assaduras em adultos ocorrem frequentemente pelo atrito da pele com tecidos ou com a própria pele, particularmente em obesos, e por infecção por fungos (micoses). O tratamento é semelhante ao da criança, mas neste caso, o talco passa a ser útil, pois retira a umidade do local e evita micoses, uma vez que os fungos preferem regiões úmidas.